Empreendedorismo como Manifestação da Dimensão da Transcendência ou Ação da Vita Activa no Ser Humano: Um Modelo Antropológico

Resumo

Os estudos sobre o empreendedorismo e sobre o comportamento empreendedor avançaram de forma acelerada a partir dos anos 1970 nas ciências humanas e sociais, especialmente em campos como a economia e a psicologia social, através do estímulo representado pela reestruturação produtiva e pela desregulamentação das relações de trabalho típicas do capitalismo neoliberal consolidado a partir dos anos 1970 e 1980. Este estudo preliminar, no campo da antropologia filosófica, propõe um modelo simplificado do ser humano genuinamente empreendedor, em termos de sua capacidade de aprendizagem e criatividade, que pode então ser usado para uma análise da influência das condições objetivas de ordem econômica, social e cultural, sobre a motivação seres humanos que intentam empreender e, portanto, podem influenciar o seu desempenho como empreendedor. O método aqui utilizado é eminentemente o da revisão bibliográfica sobre proposições sobre o ser humano típicas do século XX, realizada a partir das obras de Scheler (1927), Frankl (1946) e Arendt (1958), a partir da qual se tenta compor um modelo simplificado do empreendedor como ser humano calcado na realidade e em busca de transformá-la, a partir da criação inovadora de soluções materiais e culturais para os diversos problemas da vida social. Uma conclusão preliminar é estabelecida sobre a validade do modelo, a partir da qual se pretende construir uma investigação maior e mais complexa sobre a influência das condições socioeconômicas e culturais na motivação a empreender.