Glauber Rocha e a proposta de um cinema decolonial e revolucionário
Palavras-chave:
Cinema Novo, Glauber Rocha, Estética da Fome, Cinema decolonialResumo
O presente texto tem como principal objetivo problematizar a questão da estética autoral e revolucionária de Glauber Rocha como ferramenta emancipatória do cineasta colonizado. Em seu Manifesto intitulado “Eztetyka da Fome” de 1965, Rocha não apenas expõe a intencionalidade do movimento cinemanovista como também explora a questão da fome e da violência como características essenciais de composição estética nos filmes cinemanovistas para compreensão das marafundas coloniais do Brasil e da América Latina. Para Glauber Rocha, o cineasta colonizado ao abrir sua câmera para a realidade social a qual está submetido já assume um compromisso político e revolucionário com sua arte. Conclui-se que o Cinema Novo é um projeto que se realiza na política da fome, e sofre, por isto mesmo, todas as fraquezas consequentes da sua existência. Sua estética da violência e da fome não são meros primitivismos, mas uma forma de comunicar ao colonizador o olhar do colonizado.